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M.V. Erwin Muhs

Doença do Carrapato: inimigo silencioso
Os hemoparasitas são transmitidos pelos carrapatos principalmente mas também pelas pulgas, e são inimigos invisíveis que comprometem a saúde dos cães de maneira silenciosa e muitas vezes despercebida. Estamos falando de parasitas que atacam as células sanguíneas e podem causar doenças graves. Entender o que são, como atuam e o que fazer para proteger seu cão é fundamental para garantir que seu fiel companheiro esteja sempre saudável e feliz.
O que são hemoparasitoses?
As hemoparasitoses são infecções causadas por parasitas que contaminam a corrente sanguínea dos cães. Estes parasitas, incluindo Babesia, Ehrlichia e Anaplasma, são transmitidos principalmente por picadas de carrapatos, que atuam como vetores invisíveis dessas doenças.
As hemoparasitoses são, geralmente, transmitidas por carrapatos, mas podem ser pelas pulgas também, que no caso se alimentam de sangue, em diferentes estágios do seu ciclo de vida. Quando o ectoparasita infectado se fixa em um cão, ele pode transferir os parasitas através de sua saliva enquanto suga o sangue.
Entenda o ciclo:
Infestação do carrapato
Transmissão do Parasita
Infecção
Sinais Clínicos
Diagnóstico e Tratamento
Prevenção
Os carrapatos se instalam no ambiente. Eles são artrópodes que se alimentam do sangue de seus hospedeiros, e estão frequentemente presentes em áreas com vegetação, e sua incidência aumenta em épocas quentes do ano.
O carrapato infectado se adere a pele do cão, e se alimenta do sangue do mesmo, e ao mesmo tempo ocorre o contato da corrente sanguínea e a saliva infectada do carrapato, assim transmitindo ao cão a hemoparasitose.
As mais encontradas durante o diagnóstico são:
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Babesiose:
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Parasita: Babesia spp.
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Erliquiose:
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Parasita: Ehrlichia spp.
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Anaplasmose:
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Parasita: Anaplasma spp.
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Doença de Lyme:
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Parasita: Borrelia burgdorferi
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Cada uma dessas infecções requerem atenção clínica específica e podem ter diferentes repercussões na saúde do animal, tornando crucial o controle eficaz dos carrapatos e a vigilância para os sinais de infecção.
Nessa fase vai ocorrer a replicação e disseminação dos parasitas pelas células do cão, estes parasitas começam a se replicar dentro dos glóbulos vermelhos (no caso da babesiose) ou os glóbulos brancos (no caso da erliquiose), assim consequentemente espalha-se por todo corpo do cão.
Aqui podemos dividir em duas fases:
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Fase Aguda: que inclui sintomas como febre alta, perda de apetite, letargia (apatia), e anemia. Os cães podem apresentar icterícia, caracterizada por coloração amarelada da pele e membranas mucosas, devido a hemólise e também lesão hepática.
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Fase Crônica: se não tratada, complicações geram mais complicações. A doença pode progredir para uma fase crônica, onde os sintomas podem ser mais graves e variados, incluindo perda de peso, hemorragias, principalmente sangramento nasal; problemas neurológicos, insuficiência respiratória, e lesões em demais órgãos, como os rins
Após o nosso encontro e atendimento ao paciente, passando pelos primeiros passos da consulta, histórico e anamnese, iremos nos direcionar as seguintes etapas:
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Diagnóstico: Faremos um check-up hematológico para avaliar a condição geral do paciente até para poder tratar o paciente como um todo, cuidando das alterações já ocasionadas pelo parasita, e também exame de sangue específicos para as hemoparasitoses que detectam a presença dos parasitas ou anticorpos contra eles. Existem três tipos principais exames específicos na rotina clínica: Ponta de Orelha - Pesquisa de Hematozoário, que vai em busca da analise da célula sanguínea infectada no microscópio, Teste Rápido, este vai em busca do anticorpo produzido pela presença do antígeno, resultado rápido. E temos o PCR, que vai em busca no DNA do antígeno, sendo mais especifico que os demais.
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Tratamento: Envolve o uso de medicamentos específicos como antibióticos (Doxiciclina e Dipropionato de Imidocarb), este para tratar a causa base. Mas é importante olhar o paciente como um todo, já que estas doenças promovem diversas alterações no paciente. Inclusive transfusões de sangue podem ser necessárias em casos de anemia grave.
Principal fase, eu diria. Aqui é onde direcionamos de forma preventiva combater a presença das hemoparasitoses.
Consiste no controle de carrapatos: utilização regular de antiparasitários, contra ectoparasitas (pulgas e carrapatos), inspeção frequente do cão para remoção de carrapatos, e manutenção de uma área limpa e tratada são fundamentais para prevenir a infestação.
Compreender o ciclo da "doença do carrapato" e como ocorre a transmissão é crucial para a prevenção eficaz e manejo das doenças associadas.
A detecção precoce e o tratamento imediato são essenciais para melhorar o prognóstico e a saúde do cão.
